“Cenário catastrófico”, afirma secretária de Saúde rondonense sobre o COVID-19

por Cristiano Marlon Viteck publicado 26/02/2021 16h35, última modificação 26/02/2021 17h06
Novas variantes já devem estar em circulação na cidade
“Cenário catastrófico”, afirma secretária de Saúde rondonense sobre o COVID-19

Marciane Specht, secretária de Saúde

 

Na audiência pública realizada na tarde de hoje (26), a secretária municipal de Saúde de Marechal Cândido Rondon, Marciane Specht, manifestou grande preocupação com o atual estágio da pandemia do novo coronavírus, que ela definiu como de pré-colapso e catastrófico. O aumento agudo e repentino do número de casos, ocorrido em todo o Estado, também se verificou no município rondonense nos últimos dias.

Segundo ela, o motivo para o atual momento se deve a diversos fatores. Entre eles o relaxamento das ações preventivas por parte da população e consequente aumento das aglomerações; as viagens de férias e de final de ano; o início da vacinação, que trouxe uma falsa sensação de segurança nas pessoas; e ainda, a provável circulação de novas variantes do COVID-19 em Marechal Cândido Rondon, que possuem maior capacidade de contágio.

“Frente ao atual cenário que estamos vivendo, com certeza ela já está em nosso meio”, garantiu Marciane.

Questionada se a retomada das aulas presenciais nas escolas teve impacto no aumento de casos de COVID-19 no município, ela afirmou que não. Isso porque não houve nenhum registro de caso em aluno, funcionário ou professor desses educandários. 

Lockdown

De acordo com a secretária de Saúde, o lockdown anunciado pelo governador Ratinho Júnior é uma medida extremamente necessária para conter o avanço da doença. “O Estado foi extremamente coerente. Sei que vai haver impactos financeiros e me solidarizo com essa situação. Mas, como profissional da saúde, eu tenho que cuidar da saúde do povo. É uma preocupação bastante grande. A situação é crítica, um dos piores momentos que já vivemos”, alerta.

A expectativa é de que o reflexo do lockdown como medida de restrição da circulação das pessoas visando diminuir o número de doentes será sentido somente daqui a 10 ou 15 dias.

Ainda na audiência pública foi anunciado que as consequências do final de semana de Carnaval, onde houve grande circulação de pessoas – seja em viagens ou aglomerações em festas e encontros – começam a ser sentidos a partir dos próximos dias. Isso exige ainda mais cautela e cuidados da população.

Vacinas

Perguntada se a Secretaria Municipal de Saúde pretende adquirir vacinas contra o coronavírus, uma vez que o Supremo Tribunal Federal já autorizou e o Congresso está finalizando as leis que autorizam Estados e municípios a adquirirem os imunizantes, a chefe da pasta afirmou que, no momento, a prioridade é garantir o atendimento dos doentes.

Ela lembrou que a responsabilidade principal da vacinação é do Governo Federal. Contudo, Marciane informou que o assunto já tem circulado entre secretários municipais de Saúde do Paraná. Embora acredite que o Governo do Estado deve ser protagonista na aquisição das vacinas, ela admite que essa possibilidade deverá ser também discutida no âmbito municipal.

A audiência pública da Secretaria Municipal da Saúde foi promovida pela Câmara de Vereadores, referente à prestação de contas do 3º quadrimestre. Com restrição à presença de pública limitada a no máximo 20 pessoas, os trabalhos foram coordenados pelo vereador Rafael Heinrich, presidente da Comissão de Educação, Cultura, Saúde, Bem-Estar Social e Ecologia. Também estiveram presentes os vereadores Cristiano Metzner (Suko) Dionir Briesch, João Eduardo dos Santos (Juca), Valdecir Schons (Paleta).