Acamop alerta contra “alinhamento” em favor da prorrogação dos pedágios no Paraná

por Cristiano Marlon Viteck publicado 04/12/2015 16h05, última modificação 04/12/2015 16h02
Tema foi discutido durante assembleia geral realizada hoje (04) em Marechal Cândido Rondon
Acamop alerta contra “alinhamento” em favor da prorrogação dos pedágios no Paraná

Assembleia geral

A discussão antecipada pelo governo estadual sobre a prorrogação dos atuais contratos com as concessionárias de pedágio do Paraná está mobilizando a Associação de Câmara e Vereadores do Oeste do Paraná (Acamop). A entidade tomou posição contrária à prorrogação dos contratos, que vencem apenas em 2021, mas cuja extensão da validade já está sendo proposta por mais 30 anos.

Na quarta-feira (02), o presidente da Acamop, Rômulo Quintino – que é vereador em Cascavel –, integrou uma comitiva de lideranças do Estado que se reuniu em Brasília para tratar do assunto com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues. Conforme Quintino, a comitiva voltou mais preocupada do que estava antes da reunião. Isso porque, segundo ele, parece haver o que ele considera um alinhamento de pensamento entre os governos federal e estadual em favor da prorrogação dos contratos de pedágio no Paraná.

“Não temos dúvidas de que estamos tratando de interesses muito grandes”, frisou o presidente da Acamop, durante assembleia geral da entidade realizada na manhã desta sexta-feira (04) na Câmara de Vereadores de Marechal Cândido Rondon.

A questão do pedágio vem sendo debatida dentro da Associação desde agosto, quando em encontro no município de Corbélia a entidade definiu posição contrária à intenção de se estender os contratos. A justificativa é que os preços praticados no Paraná são abusivos diante das poucas obras realizadas pelas concessionárias.

“É um verdadeiro absurdo. Estamos desde os anos 90 convivendo com esta situação. Temos um pedágio caríssimo e recebemos agora mais um aumento de 10%. Nós não estamos vendo obras, não temos duplicação, não temos rodovia melhorada. Temos apenas uma conservação, que é muito cara. Em contrapartida, o que as concessionárias de pedágio fazem é sempre aumentar a tarifa”, criticou Quintino.

Proposta

A Acamop defende que, ao encerrarem os atuais contatos daqui a seis anos, abram-se novas licitações com outra metodologia de avaliação de custos. O exemplo a ser seguido, destaca Quintino, é o do Mato Grosso do Sul, onde o preço do pedágio é ínfimo e as empresas vencedoras da licitação podem iniciar a cobrança somente após terem concluído a duplicação das rodovias.

Na avaliação do presidente da Associação de Câmaras e Vereadores do Oeste do Paraná, para evitar que sejam renovados os atuais contratos de pedágio, em vigor desde a década de 90, é preciso haver uma grande união de forças entre entidades, lideranças políticas e, principalmente, da população. A ideia, esclarece ele, é cobrar os deputados estaduais para que se posicionem contra a proposta e que se mobilizem em favor de um novo modelo de pedágio a partir de 2021, o qual atenda aos interesses da grande maioria dos paranaenses.

Quintino lembra que a Acamop representa cerca de 600 vereadores de 52 municípios do Oeste do Estado, região que é a maior produtora agrícola do Estado e a segunda maior do país. De acordo com ele, a região precisa ser ouvida. Para tanto, é necessária a mobilização da população, que é a principal prejudica com o atual pedágio praticado nas rodovias do Paraná.

Assembleia

Durante a assembleia geral da Acamop, além da aprovação dos relatórios de atividades e financeiro da atual gestão (empossada em 28 de março deste ano), também foram aprovadas a revisão das mensalidades da entidade e a aquisição de um veículo.

Segundo o secretário da Associação, vereador rondonense Josoé Pedralli, entre os principais temas discutidos ao longo de 2015 estiveram a questão indígena no Oeste do Paraná, a reforma política, a criação das regiões metropolitanas no Paraná e suas consequências, as parcerias com a Itaipu Binacional e a importância dos vereadores para os municípios.

Ao avaliar este ano de trabalho, Pedralli enalteceu o crescimento da Acamop, que está se consolidando cada vez mais como uma entidade bastante representativa e com força política para lutar pelos interesses do Oeste do Paraná.