Comandante relata falta de estrutura do Corpo de Bombeiros em Marechal Rondon

O capitão Tiago Zajac dos Santos, que desde o início deste ano é o comandante do Corpo de Bombeiros em Marechal Cândido Rondon, participou da sessão de ontem (27) da Câmara de Vereadores. Ele foi convidado pelo Poder Legislativo para falar a respeito da atual situação da unidade no município. Além de discorrer sobre projetos que pretende desenvolver à frente da corporação, o capitão relatou uma série de dificuldades.

O Corpo de Bombeiros instalou-se em Marechal Cândido Rondon em 2006 através do programa Bombeiro Comunitário, sendo que a militarização ocorreu em 2011. Atualmente, a unidade possui 25 militares, que atendem outras sete cidades, além de Marechal Cândido Rondon. São elas: Entre Rios do Oeste, Quatro Pontes, Pato Bragado, Mercedes, Nova Santa Rosa, Guaíra e Terra Roxa. Entre os serviços prestados estão o combate a incêndio, busca e salvamento, defesa civil, atendimento a vítimas de acidentes, análise de projetos e vistorias prediais e serviço de guarda-vidas nos balneários de Entre Rios do Oeste e Porto Mendes.

Um dos problemas enfrentados pelos bombeiros rondonenses é o efetivo reduzido. Conforme o capitão Tiago Zajac dos Santos, hoje a unidade local trabalha com três bombeiros de plantão, sendo que o mínimo necessário é de seis. Outra dificuldade é que desde outubro de 2014 o governo do Estado não paga os fornecedores de alimentação ao Corpo de Bombeiros no município. “Desde janeiro Cascavel nos subsidiava, mas na semana passada não aguentaram também por conta dos mesmos problemas”, revela o comandante, que buscou apoio da Prefeitura, que esta semana autorizou uma licitação emergencial para aquisição de gêneros alimentícios.

Além disso, a atual estrutura do quartel já não comporta a atual demanda e por isso é necessária a construção de uma nova sede. “Onde estamos hoje, não há condições de ficar. É insalubre. É ridículo. Já levei o secretário de Segurança e convido os vereadores para que visitem a nossa estrutura, que é precária”, lamenta. Segundo ele, diante da escassez de recursos do governo estadual, têm sido buscadas fontes externas para auxiliar na construção do novo quartel. Uma das alternativas é que a Itaipu possa contribuir. “Não vamos gastar um real da população de Rondon. Vamos buscar recursos fora”, garantiu.

Segundo explica o capitão Tiago Zajac dos Santos, em todo o Paraná o Corpo de Bombeiros seria autossuficiente em recursos, através do recolhimento das taxas de vistoria e análise de projetos e expedição de documentos. Isso geraria ao Corpo de Bombeiros em torno de R$ 50 milhões por ano, o que seria o suficiente para manter a estrutura no Estado inteiro. Porém, relata o comandante que em 2012 o governo estadual criou um Fundo de Segurança único, “onde passamos a subsidiar a Polícia Civil, o Instituto de Criminalística, a Polícia Militar e o nosso orçamento foi rareando. Hoje o caixa do Estado acabou resgatando todo esse fundo do Corpo de Bombeiros e o nosso orçamento, de R$ 50 milhões, passou para R$ 1,5 milhão, que não atende nem a alimentação dos bombeiros da cidade de Curitiba, onde temos 11 quartéis”.

Projetos

De outra parte, o comandante falou dos projetos que pretende executar com o Corpo de Bombeiros em Marechal Cândido Rondon. Entre eles estão a integração com a sociedade e a promoção de trabalhos sociais, a modernização da Defesa Civil, desenvolvimento do projeto Brigada Escolar, aquisição de mais equipamentos, incentivo à cultura da prevenção e também contribuir para as melhorias no trânsito da cidade.

Somente neste ano o Corpo de Bombeiros atendeu a 358 ocorrências, sendo que 221 foram acidentes de trânsito, a grande maioria envolvendo bicicletas e motos.

“É mais fácil dirigir em Curitiba do que em Rondon. Tenho uma dificuldade tremenda em achar as preferenciais porque as placas estão encobertas. Acidentes de motos e bicicletas é um absurdo o que acontece aqui (em Marechal Rondon). O Corpo de Bombeiros está à disposição da Prefeitura e Câmara de Vereadores, das entidades organizadas e população em geral para discutir melhorias no trânsito. Isso vai gerar economia para a Saúde porque cada acidente que a gente evita, é um problema a menos na Unidade 24 Horas”, avalia o comandante.