Hospital de Campanha deve estar desmontado até 20 de outubro
Com a redução dos número de casos de COVID-19 não apenas no município rondonense, mas em toda a região, o Hospital de Campanha de Marechal Cândido Rondon deverá estar totalmente desmontado até 20 de outubro.
É o que afirmou, ontem (30), a secretária municipal de Saúde, Marciane Specht, em audiência pública na Câmara de Vereadores para prestação de contas da pasta, relativa ao segundo quadrimestre de 2021.
A audiência pública foi convocada pela Comissão Permanente de Educação, Cultura, Saúde, Bem-Estar Social e Ecologia do Poder Legislativo. O ato foi presidido pelo vereador Cristiano Metzner (Suko), relator da Comissão. Também estiveram presentes os edis Dionir Briesch (Sargento Dionir), João Eduardo dos Santos (Juca) e Vanderlei Sauer.
Hospital de Campanha
Conforme Marciane, o encerramento do Hospital de Campanha foi pautado ainda em agosto pela equipe técnica, na qual médicos e enfermeiros concluíram que os números recentes da pandemia permitem o desmonte da estrutura.
Ontem, o número de casos ativos da doença no município era de 68.
Montado desde o início da pandemia do COVID-19 no Centro de Eventos Werner Wanderer, o Hospital de Campanha não recebeu nenhum paciente, o que é visto de forma positiva.
A secretária da Saúde explicou que, no início da pandemia, os índices demonstravam que um grande número da população rondonense seria contaminada e precisaria ser atendida em enfermaria, e poucas pessoas adoeceriam com gravidade. Isso justificou a montagem do Hospital de Campanha, cuja instrumentalização foi para atender os casos de baixo risco.
Porém, com o surgimento de novas variantes, esse previsão inicial ficou invertida.
“Ao longo do tempo, mudou o cenário. A UPA chegou a ter 20 pacientes internados e, destes, 12 em ventilação mecânica. É desesperador? É o caos? De certa forma, sim. Mas, a equipe se uniu e conseguiu fazer um atendimento de qualidade e excelência”, citou Marciane, que lembrou que a qualidade e eficácia da estrutura de tratamento de pacientes com COVID-19 no setor público rondonense foi reconhecida pela Macrorregional de Saúde de Cascavel.
Angústia
Marciane relatou momentos de angústia vividos por todos os profissionais de saúde rondonenses ao longo do primeiro semestre de 2021. “Viver a pandemia de janeiro a julho não foi fácil. Só sabe quem caminhou dentro dos hospitais, da UPA e dos postos de saúde”, relatou.
Os meses com maiores números de óbitos pela doença no município foram março, com 18, e junho, com 20 mortes.
Segundo Marciane, é inegável que o recuo dos casos de COVID-19 são o efeito direto da vacinação.
“Ela é fundamental para retomar uma vida próxima da normalidade”, disse, e reforçou o pedido para que aqueles que ainda não se vacinaram, que procurem buscar a imunização nos locais divulgados diariamente pela administração municipal.
Atualmente, 93% dos munícipes acima dos 18 anos já se vacinaram com a primeira dose; e 55% receberam a segunda.
Ainda sobre o Hospital de Campanha, a secretária de Saúde informou que já há alguns dias estão sendo feitas as trativas jurídicas para a retirada e devolução dos equipamentos, a fim de encerrar a estrutura, que esteve várias vezes na iminência da utilização.
“Precisamos levantar as mãos ao Céu e agradecer por isso não ter sido necessário”, avaliou Marciane.
2º quadrimestre
De outra parte, entre os diversos números relativos aos atendimentos da Secretaria de Saúde prestados à população no período de janeiro a agosto deste ano, alguns se destacaram.
É o caso da Farmácia Básica, com 102.206 atendimentos. Já os exames laboratoriais foram 100.481.
Na Unidade e Pronto Atendimento (UPA), foram 25.163 atendimentos de emergência e urgência e 3.331 ambulatoriais.
As consultas nas unidades básicas de saúde somaram 41.191; enquanto na UPA e no Centro Integrado de Saúde (CIS) chegaram a 7.293. As consultas odontológicas alcançaram 6.237.
Ponto negativo é o total de faltantes às consultas agendadas em Marechal Cândido Rondon: 7.422.
Já para consultas e exames de rondonenses realizados em outros municípios da região através do Conselho Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar), os faltantes foram 5.422.
No total, as consultas e exames feitos pelo Ciscopar somaram 49.741.
A secretária Marciane ainda enalteceu investimentos importantes na estrutura da saúde pública rondonense feitos durante este ano, em especial a reforma do CIS, o início da construção do posto de saúde do bairro Boa Vista e novas ambulâncias.
Ela ainda anunciou que existe a previsão de se fazer um estudo de viabilidade de implantação, no longo prazo, de uma segunda UPA em Marechal Cândido Rondon.