Presidente do Sinsemar é a favor de segurança armada nas escolas municipais

por Cristiano Marlon Viteck publicado 04/05/2023 09h50, última modificação 04/05/2023 09h48
Afirmação aconteceu ontem (03), na sessão da Câmara
Presidente do Sinsemar é a favor de segurança armada nas escolas municipais

Fernando Aloísio Hübner

 

Na noite de ontem (03), durante manifestação na Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Marechal Cândido Rondon, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsemar), Fernando Aloísio Hübner, disse ser a favor da implantação de segurança armada nas escolas municipais.

“Segurança. É evidente que esse assunto, além de triste, é polêmico. Não há nenhuma fórmula mágica de se prever algo que aconteça, que nem aconteceu em Santa Catarina, ou em outros lugares”, afirmou ele.

O assunto ganhou força nas últimas semanas, após o atentado que vitimou crianças em uma escola em Blumenau (SC).

No Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon, a preocupação em relação à segurança dos alunos, professores e funcionários também motivou diversas manifestações nas últimas sessões, com sugestões de vereadores sobre medidas que devem ser tomadas pelo poder público.

Para o presidente do Sinsemar, no entanto, ações como a instalação de portas eletrônicas, a exemplo do que foi feito em Chapecó (SC), não caberia no momento para o município rondonense, em razão da atual estrutura dos educandários mantidos pela Prefeitura. Por outro lado, a elevação dos muros já é vista por ele como adequada, por ser uma intervenção rápida e barata.

Contudo, Fernando Aloísio Hübner deu ênfase na defesa de vigias armados nas escolas municipais.

“Segurança armado, sim. Eu acredito numa segurança armada que, de fato, coloque um receio em quem está passando lá. O militar não anda armado para matar ninguém. Ele anda armado para botar medo. Posso estar equivocado quando falo em segurança armada. Mas, não adianta colocarmos um vigia que não sabe o que está fazendo lá e não sabe o que tem que cuidar. Tem que ser uma pessoa preparada”, afirmou.

Na sequência, o presidente do Sinsemar também cobrou mais participação das famílias dos estudantes no dia a dia das escolas, o que também pode contribuir com o aumento da segurança.

Carta à sociedade

A participação de Fernando Aloísio Hübner na Tribuna Popular teve como objetivo divulgar a “Carta da Educação à Sociedade: Todos Pela Educação”, assinada pela direção do Sinsemar e pela professora Rosemere Laise Hoff.

No documento, entregue aos 13 vereadores, são destacados os tópicos: “educação, direito de todos”; “educação de qualidade”; “o que é segurança”; e as responsabilidades do poder público, pais e professores quando o assunto é educação.

O presidente do Sindicato defendeu a valorização profissional dos professores e cobrou a implantação do piso nacional da categoria, ainda não adotada por Marechal Cândido Rondon e outros municípios, por divergências legais.

Ele garantiu que há recursos federais, provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para pagamento do piso por parte do Poder Executivo Municipal.

Também reafirmou na tribuna o que está contido na carta entregue aos vereadores, que a boa nota alcançada em 2021 pelas escolas municipais rondonenses na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), garantiu ao Município um bônus do Governo Federal de R$ 505 mil para ser investido no setor.

“Esse repasse foi concedido graças à redução nos índices de desigualdades raciais, socioeconômicas e sociais nas escolas municipais. Não vimos nas grandes mídias, nenhuma menção de agradecimento aos professores pela conquista, conquista essa que se deu pelo empenho destes docentes”, foi frisado na carta.

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Leia a carta na íntegra:

 

CARTA DA EDUCAÇÃO À SOCIEDADE

“TODOS PELA EDUCAÇÃO”


Educação Direito de Todos

O Direito à Educação está previsto no artigo 205 da Constituição Federal, e diz que é um direito de todos e dever do Estado, da família e da sociedade visando o pleno desenvolvimento da pessoa.

A agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU no Objetivo 4, visa assegurar a Educação Inclusiva e Equitativa de qualidade, e promover oportunidade de aprendizagem ao longo da vida para todos.

As colocações anteriores apenas deixam claro de quem é a responsabilidade pela oferta de vagas, pelo ingresso e permanência dos estudantes na escola. Mas será que basta somente garantir o ingresso e a permanência?

Vivemos momentos críticos na História da Educação como a conhecemos. Educação que é direito de todos. Reconhecida em uma série de Convenções Internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que têm como inspiração o valor de Igualdade entre as pessoas. Igualdade essa, apresentada no dicionário como: “não apresentar diferença de qualidade”.

Faz-se necessário lembrar, para que nunca mais aconteça, que já vivemos tempos em que a Educação Acadêmica era um direito de poucos. Mas será que a Educação da forma que está posta hoje, realmente busca a igualdade? Ou será que ela apenas serve para nos trazer a falsa impressão de que conquistamos o direito a essa tão sonhada igualdade?

Educação de Qualidade

Quando se fala em qualidade na Educação Nacional, a referência é o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Esse indicativo vai de 0 a 10. Por meio dele, os municípios e as escolas podem estipular metas para melhorar o desempenho, buscando mais qualidade na Educação. O IDEB do nosso Município em 2021 foi de 6,4 (meta estabelecida para ser alcançado no ano de 2024).

No ano de 2022 o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), repassou ao Município de Marechal Cândido Rondon um bônus de R$ 505.388,27. Esse repasse foi concedido graças a redução nos índices de desigualdades raciais, socioeconômicas e sociais nas escolas municipais. Não vimos nas grandes mídias, nenhuma menção de agradecimento aos professores pela conquista, conquista essa que se deu pelo empenho destes docentes.

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Mas o que é Educação de qualidade?

Em poucas palavras, é aquela que prepara cidadãos que amanhã saberão enfrentar a vida com eficiência e que poderão exigir transparência e confiabilidade de seus governantes.

Mas, como melhorar a qualidade da Educação?

Quando procuramos resposta a esta pergunta, a unanimidade aponta primeiramente para CAPACITAÇÃO e VALORIZAÇÃO dos professores.  Sabemos que o ofício de educar não é nada simples, essa tarefa demanda não só de conhecimento técnico, mas de habilidade para promover esse conhecimento.   A valorização se faz com um salário digno e com o reconhecimento pelo bom trabalho.

Educação de qualidade se faz ainda com investimentos na infraestrutura das escolas. Precisamos mudar a cultura do direito à vaga por si só e criar a cultura de vagas em escolas com profissionais preparados e bem remunerados, estruturadas e bem cuidadas, com parques, quadras cobertas, salas equipadas, material pedagógico e hoje, mais do que nunca, SEGURANÇA.

“Uma escola atendida em suas necessidades pela Secretaria de Educação”.

O que é segurança?

Barreiras na entrada das escolas? Policiais por todos os lados? Botões escondidos de pedidos de socorro? Quais são, afinal, as medidas mais adequadas para prevenção à violência em unidades de ensino?

Precisamos primeiro entender a diferença entre segurança e proteção.

Segurança é a ação de tornar algo seguro e proteção é o ato de cuidar de algo ou alguém. Para especialistas no tema, as soluções principais para temores de ameaças não estão em medidas paliativas. 

Colocar um segurança na escola ajudará, mas não será a solução de todos os problemas, basta observarmos que muitos dos atentados que ocorrem em escolas, são de crianças cometendo violência contra outras crianças e professores. É urgente que aprendamos (poder público, escola e família) a identificar os sinais e pedidos de socorro que crianças e adolescentes apresentam, para que desta forma possamos tomar medidas preventivas. A parceria entre poder público, família e escola não deve ficar só na teoria, é fundamental fortalecer a participação social, a gestão democrática, a participação de pais e responsáveis. Precisamos ocupar esse espaço que é muito importante na vida das nossas crianças e adolescentes.

Qual é o papel de cada envolvido nesse processo?

- Estado e Município: oferecer, manter e garantir a qualidade e segurança da educação;

- Governo Federal: oferecer suporte e garantir que todos tenham uma educação de mesmo nível, seguindo um padrão de qualidade;

- Pais:  educar e buscar boas escolas, apoiar o processo de aprendizagem;

- Professores: ensinar, promover meios para que os alunos se apropriem do conhecimento;

Para refletir

Agora que todos sabem o seu papel... faz-se necessário que vocês Pais exerçam seus direitos. Direitos esses garantidos pelos seus impostos e também pelo seu voto.   Sim, nossos representantes precisam saber que educação dá ou retira votos, e dessa forma olharão para nossas escolas e para os profissionais que ali trabalham, com mais respeito e empatia. 

Lutem por uma educação de qualidade, busquem defender os professores de seus filhos e exijam a segurança do seu bem mais precioso.  

Exerçam seu papel!

Direção Sinsemar Sindicato

Elaboração pela Prof. Rosemere Laise Hoff