Vereadores rondonenses apoiam greve de professores e funcionários da Unioeste
A Câmara de Marechal Cândido Rondon vai emitir uma moção de apoio à greve dos professores e servidores da Unioeste. O documento será assinado pelos nove vereadores. O anúncio foi feito ontem (02), durante a sessão do Poder Legislativo, que teve a participação do diretor do campus rondonense, Paulo Köhling, e do professor Vagner José Moreira, representante do Sindicato dos Docentes (Adunioeste), que justificaram as causas da paralisação não só da Unioeste, mas de todas as sete universidades estaduais do Paraná.
Após ouvir as explicações, os vereadores se comprometeram a encaminhar para o Governo do Paraná e também para a Assembleia Legislativa a moção de apoio da Câmara rondonense à greve. Conforme o presidente da Câmara, vereador João Marcos Gomes, não é possível concordar com a retirada de direitos dos professores e demais servidores públicos estaduais, nem como o sucateamento do ensino superior paranaense.
Desta forma, no mesmo documento o Poder Legislativo irá cobrar do governo estadual que abra as negociações com o movimento grevista das universidades, que critica o fato de até agora não ter sido iniciada a negociação que permita encerrar a greve e retomar o calendário letivo de 2015, que previa para ontem (02) o início das aulas na Unioeste.
Reivindicações
Em manifesto distribuído na Câmara pelo comando de greve docente, os professores explicam que as universidades estaduais paralisaram suas atividades no último dia 14 por várias razões. Uma delas é a proposta do governador Beto Richa de modificar a estrutura legal da Paraná Previdência e assim poder sacar R$ 8 bilhões que pertencem ao fundo de aposentadoria dos servidores públicos do Paraná, que também perderiam o direito à aposentadoria integral.
Grave ainda, indica o manifesto, é que o governo estadual estaria comprometendo a autonomia universitário ao pretender reduzir o financiamento das universidades estaduais que, com falta de recursos, teriam que complementar seus recursos com a venda de serviços e até mesmo a cobrança de mensalidades.
Também é motivo para a greve o não pagamento de um terço de férias, que deveria ter sido quitado em dezembro de 2014.
“Não gostaríamos de estar fazendo essa greve. É ruim para o acadêmico e também para o professor. Mas estamos lutando para resguardar nossos direitos constitucionais que, se forem cancelados, prejudicarão todos os servidores do Estado. Vamos fazer greve por um ano se for preciso”, anunciou o professor Vagner José Moreira.
Campus rondonense
Durante sua manifestação, o diretor Paulo Koling apresentou dados referentes a atual situação econômica do campus rondonense da Unioeste. Um dos pontos enfatizados foi o não cumprimento, por parte do Governo do Paraná, do repasse integral do orçamento previsto para 2014, o qual teve um corte de 31,39%.
Segundo ele, dos R$ 1,8 milhão aprovados, foi liberado somente R$ 1,2 milhão. Deste total, 63,6% foram utilizados para o pagamento de mão de obra e serviços, comprometendo os investimentos no ensino, pesquisa e extensão.
“Em 2010, tínhamos um custeio de ensino de R$ 1,241 milhão. Em 2014 recebemos R$ 1,236 milhão. E ainda, desse total, inferior ao recebido em 2010, recebemos R$ 620 mil entre 11 de dezembro e 11 de fevereiro (2015), quando o ano letivo de 2014 já havia acabado”, lamenta o diretor do campus.